Reconheço que após dois dias de profunda azia, ganhei coragem para fazer o rescaldo da eliminação do meu F.C.Porto na Liga dos Campeões.
Antes demais, convém ressalvar que, mais uma vez, só existe uma equipa portuguesa com verdadeira dimensão internacional e, só os mais cépticos ou aqueles menos inteligentes poderão negar tal evidência...
Então vamos a factos: o F.C.Porto, tinha aparentemente tudo a ganhar, vinha de um resultado positivo e motivador, jogava em casa perante o seu público e sentia-se no ar que crescia uma corrente "madjeriana/deconiana" que poderia embalar a equipa numa caminhada do tipo de Viena ou de Gelsenkirchen.
Pois bem, a entrada em jogo do F.C.Porto não foi a mais indicada, pareceu-me que os primeiros minutos que deveriam ser de pressão e de delimitação de espaço, foram de expectativa e de acima de tudo tentar perceber o que o Manchester iria fazer. Primeiro erro, pois o Manchester pegou no jogo e mostrou para o que vinha.
Depois notou-se que a entrada do Anderson em jogo baralhou por completo o meio campo do Porto, pois para além do que faz jogar, pressionou muito alto o que confundiu as marcações e fez com que a equipa começasse a defender muito atrás.
Acresce a isto a segurança que o Rio Ferdinand veio trazer á defesa do MU, "empurrando" o seu meio campo para a frente, pois a solidez defensiva estava resguardada.
Depois e ainda muito cedo, e num momento de pura classe desse cagão (agora percebo porque é que cria tantos ódios!!!) do madeirense, o F.C.Porto viu-se a perder e a ter que ir atrás do prejuízo, tarefa nada fácil jogando contra o campeão do mundo.
Para piorar a situação, aquele que poderia de alguma forma ser o motor da transformação do ritmo de jogo do Porto lesionou-se, e não há ninguém que possa desempenhar essa função com o brilhantismo e a eficácia do Lucho González.
Penso terem sido estes os factores de desiquilibrio deste encontro, em que apesar de tudo os jogadores do Porto trabalharam imenso, lutaram, erraram, é certo, mas acima de tudo demonstraram que os adeptos podem ter orgulho nesta equipa. O resultado até poderia ser outro, melhor ou pior, pois houve oportunidades de ambos os lados, mas foi este o resultado final, paciência.
Convém também esclarecer, sim porque há os menos atentos, que a média de idade desta equipa é de 24 anos e que dos onze jogadores, 6 (seis !!!!) estrearam-se este ano nesta prova.
Ah, e para o ano lá estamos outra vez a "remar" pelos pontos e a dignificar a cada vez menos expressão que o nosso futebol tem além fronteiras...
Tenho dito.