Sob a ameaça constante dos guerrilheiros maoístas do Sendero Luminoso, o cabo Lituma e o seu adjunto Tomás vivem num acampamento mineiro das montanhas do Peru, onde inexplicáveis e obscuros desaparecimentos lhes prendem o interesse.
Paralelamente, a vida pessoal de ambos - sobretudo o reaparecimento de um antigo amor de Tomás -, intrometer-se-á profundamente na investigação.
O drama real das comunidades peruanas, nos anos 80, reféns da organização paramilitar de esquerda, e as dúvidas pessoais dos personagens cruzam-se durante todo o romance, tornando Lituma nos Andes uma obra ímpar no percurso literário de Mario Vargas Llosa, mas também uma das suas mais ferozes críticas à violência estrutural que afectou o Peru durante tantas décadas.
P.S. - Lituma nos Andes é o meu segundo livro de Mario Vargas Llosa e começo a familiarizar-me com a sua escrita. Sim, porque os livros dele não são fáceis de ler, a forma como ele encadeia as diversas histórias em diversos tempos exige concentração. Neste livro, à semelhança do outro que li dele (A Festa do Chibo), a minha primeira reacção é de estranheza e penso sempre que não gosto muito dele. No entanto, a verdade é que, em ambos os livros, fui sendo conquistado, sem que me apercebesse disso, e no fim... no fim gosto e muito dos livros dele. Não é um escritor fácil, não é um escritor vulgar e óbvio. O que ele é, é um escritor inteligente, criativo e cativante.
Uma obra obrigatória em qualquer biblioteca.
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