sábado, 3 de janeiro de 2009

Gazza : Génio ou Louco...???


Serve este texto para vos falar de futebol, sim porque eu desde cedo adoro futebol. Quando era criança, lembro-me que contava ansiosamente os minutos para a chegada do meu pai do trabalho.Sabia que com ele vinha também "A Bola", que eu sofregamente devorava. Este jornal na altura, ao contrário que hoje sucede, em que é o órgão oficial de um clube da segunda circular, era chamada a bíblia do desporto nacional. Nele pontificavam jornalistas de referência e de inegável mérito como o Carlos Pinhão, o Vítor Santos, o Alfredo Farinha e o Aurélio Márcio, e onde iniciava a carreira um hoje mediatizado televisivamente, Rui Santos. Lembro-me que praticamente comecei a ler com "A Bola", de tamanho descomunal para a minha ainda pequena constituição física. Perguntava ao meu pai, que andava por ali perto à espera que eu terminasse, para também ele a ler, qualquer termo mais complicado para a minha tenra idade. Foi assim, desde muito cedo que me familiarizei com os termos offside, canto, penalti, livre e por aí fora. Foi desde muito cedo então, que também comecei a idolatrar jogadores de futebol como o Costa da Briosa e mais tarde do FCP, o Fernando Gomes, o bi-bota de ouro, o Paulo Futre, esse mesmo que fintava quem lhe aparecesse pela frente dentro de uma cabine telefónica, mas que depois não dava com a porta da saída. O Rabah Madjer, o argelino que pintou uma noite mágica em Viena com um calcanhar de sonho. Mas apesar dos dotes futebolísticos, (não) sei porquê, sempre gostei de jogadores com personalidade forte. Sempre admirei o Maradona por dizer que o golo contra a Inglaterra foi mão de Deus, e vingança contra a invasão britânica das Malvinas. Sempre admirei o Guardiola, enquanto jogador, por só responder em catalão nas conferência de imprensa no Camp Nou. Sempre admirei o Cantona, que quando uma pergunta lhe parecia demasiado básica citava Malraux ou Montesquieu, e pedia outra bem formulada. Sempre admirei o Paul Gascoigne, que dizia e que fazia o que queria no campo e fora dele, porque eram poucos em terras de sua majestade que faziam melhor. No entanto este, que é o objecto deste post, tal como outros em tempos passados, e outros seguramente em tempos futuros, não teve capacidade emocional para lidar com a fama. Hoje está preso à vida por umas simples gotas de álcool . Génio ou louco.............????

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